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Jaguariúna, SP, Brazil
Advogado e contabilista em Jaguariúna, SP. Sócio convidado da ACRIMESP - Associação dos Advogados Criminalistas do Estado de São Paulo, desde 11 de agosto de 1997, título de cidadão jaguariunense pelo Decreto Legislativo 121/1997 e membro titular do CONPHAAJ - Conselho de Preservação do Patrimônio Histórico de Jaguariúna, nos biênios 2011 a 2012 e 2017 a 2018,

domingo, 14 de abril de 2013

Agente somos adevogados


Livan Pereira (*)


Não é de hoje que a qualidade dos cursos de direito no Brasil é colocada em xeque. Inúmeros são os culpados, e raras as soluções. Busca-se culpar o governo, que não controla o número de faculdades implementadas em território nacional. Alguns dizem que a culpa maior é da OAB que usa a prova para controlar o mercado. Enfim, as desculpas são as mais variadas possíveis.


Pois bem, é inegável que existem falhas em todos os níveis educacionais, pois um advogado que escreve “agente vai” certamente teve uma educação básica extremamente deficitária. Ao que tudo indica, o vestibular da universidade que ele entrou não exigiu um conhecimento pleno da língua portuguesa, uma vez que um candidato à carteira cor de rosa que comete um erro grosseiro como esse não deveria sequer ser aprovado no vestibular.


Mas foi aprovado, fez cinco anos de faculdade e ainda assim fala ponhá, querê e outras atrocidades. Com isso podemos concluir duas verdades inegáveis: o aluno é um baita de um preguiçoso que não lê nada, e os professores são relapsos e não estão preocupados com nada além de receber o salário no fim do mês.


Um estudante, independente do curso que tenha escolhido, tem por obrigação ler vários e vários livros, revistas, jornais e até mesmo revistas em quadrinhos, se for o caso. Não é pra ler só na hora que vai ao banheiro. Estudantes têm que criar o hábito da leitura, têm que saber ler, têm que saber interpretar um texto de algumas linhas. E é cediço que quem lê aprende novas palavras, enriquece o vocabulário e fica rico mais rápido. Tá, essa terceira é mentira, mas seria bom se fosse verdade. Observação: a palavra cediço eu aprendi lendo petições antigas.


Passemos agora aos professores. Um professor que, ao corrigir uma prova, deixa passar um “agente”, não no sentido de policial, ou um “fazê” merece uma surra com vara de marmelo. Das duas uma, ou o elemento também desconhece a língua portuguesa, e por esse motivo nem deveria ser professor, ou então é um relapso que não sabe o real significado da palavra professor.


Não é porque o cidadão está lá dando aula de direito tributário que ele não pode corrigir um “mais no lugar de um mas” e assim por diante.  O ensino no país é deficiente, os alunos são em sua maioria preguiçosos e a OAB pouco faz para que essa situação melhore. Esse conjunto de fatores faz com que cada dia mais as universidades brasileiras despejem profissionais mal preparados no mercado de trabalho, e, para a nossa tristeza, isso reflete em toda a sociedade.


Como disse no começo do texto, muitos são os culpados e poucas são as soluções, mas para não dizer que não tento ser um cara legal e que busco o desenvolvimento da sociedade como um todo, vou dar aqui a minha solução para que os estudantes tenham ao menos um conhecimento melhor da língua portuguesa: é só criar um joguinho no Facebook e outro no Twitter, já que a galera anda trocando os livros pelas redes sociais.

(*) Criador do blog Não Entendo Direito, Livan Pereira é advogado, pós graduado em Direito Tributário pela PUC-Campinas (Pontifícia Universidade Católica de Campinas) e pós graduando em Gestão de Tributos e Planejamento Tributário pela FGV(Fundação Getúlio Vargas).

FONTE: Última Instância. 

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